Enfim fui conhecer a Fundação Iberê Camargo, prédio inaugurado em 2008 , com projeto do arquiteto português Alvaro Siza.
Bom, sobre o prédio em si, vai soar repetitivo mas ele realmente coloca Porto Alegre como uma referência nacional e até mesmo internacional na área das artes, da museologia e da arquitetura. Construído para abrigar as criações do artista Iberê Camargo e exposições de arte moderna e contemporânea, a construção segue à risca padrões internacionais de iluminação, climatização, abastecimento e tratamento de água e prevenção de incêndios...
Bem, até aqui nada de novidades que outros já não tenham escrito. A questão é a seguinte: eu fui até lá como a Angélica, fui de táxi, hahaha... E vou contar um pouquinho do que passei, para que vocês entendam porque vou chegar na minha conclusão final:
Entrei no táxi na frente do hotel, que me deixou dentro do estacionamento do Museu. Até aí, achei tudo lindo, tudo muito legal... O problema foi na hora de ir embora. Resolvi dar uma volta até o Barra Shopping, que fica praticamente ao lado. Mas como chegar lá??? Começa que não existe pavimentação no entorno da construção, só cascalhos, o que prá quem está de salto é o ó (que o diga então um vovozinho de bengala ou um cadeirante...). Depois que tentei sem sucesso atravessar a avenida entendi porque o cascalho... É porque ninguém deve andar a pé por aí mesmo...
Resolvi pedir ajuda ao segurança, e ele me aconselhou a chamar um rádio táxi, porque era muito difícil algum táxi parar lá nem mesmo fazendo sinal pois a avenida não tem nenhum tipo de recuo em frente ao museu, só um pouco afastado (lembrando sempre que tem que ir pelo cascalhoooooo). Ok, ok, eu que não sou de Porto não tenho nenhum número de rádio táxi. Expliquei para ele, então ele fez a gentileza de chamar um. O taxista, mega gentil me contou que passa por vários constrangimentos quando tem que ir buscar algum cadeirante que, desavisado ou as vezes até maravilhado com a vista não se deu conta que deveria esperar o taxista no estacionamento subterrâneo do prédio, e não em frente...
Então minha conclusão: um prédio novo, tão legal, em uma avenida com uma vista perfeita do Guaíba, não oferecer condições de ser contemplado por algum pedestre, não oferece opção aos usuários de bengala e aos cadeirantes de aguardarem quem virá buscá-los curtindo a brisa e a vista do belo museu. Aí refleti um pouco, se eu, com 2 pernas em perfeito estado me senti pequena nesta situação, como será que eles se sentem? Acho que tem algo errado, não com o prédio, mas com a implantação dele em relação ao usuário. Em pleno século 21, novamente uma edificação que dá privilégios aos usuários do automóvel... Triste, muito triste.
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